Poema “O que se odeia no Índio”, de Reynaldo Jardim
Narração: Carmem Imaculada de Brito
Poema “O que se odeia no Índio”, de Reynaldo Jardim
O que se odeia no índio
não é apenas o ocupado espaço.
O que se odeia no índio
é o puro animal que nele habita,
é a sua cor em bronze arquitetada.
A precisão com que a flecha voa
e abate a caça; o gesto largo
com que abraça o rio; o gosto de
afagar as penas e tecer o cocar;
O que se odeia no índio
é o andar sem ruído; a presteza
segura de cada movimento; a eugenia
nítida do corpo erguido
contra a luz do sol.
O que se odeia no índio é o sol.
A árvore se odeia no índio.
O rio se odeia no índio.
O corpo a corpo com a vida
se odeia no índio.
O que se odeia no índio
é a permanência da infância.
E a liberdade aberta
se odeia no índio.
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Videorreportagem de Frei Gilvander, assessor da CPT/MG, de CEBs, do CEBI, do SAB e de Movimentos Sociais Populares.
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No poema o índio é apresentado como um “selvagem”, ou seja, talvez seja como um animal, mas por suas devidas defesas. E traz suas qualidades em meio a vida na natureza: é ágil, sabe caçar, sabe fazer cocar e anda com leveza, além da beleza na cor da pele de bronze.
O texto traz a temática atual do índio em paralelo ao romance indianista na 1º Geração do Romantismo Literário do Brasil.
Não diretamente é um poema da temática do romantismo idealizado. Pois trata de algo revelado pelo lado da rigidez, da crítica severa ao modo como o índio é visto na atualidade, fala do índio para ironizar as atitudes dirigidas a eles!Não propriamente o índio do poema é um herói, pois fala das qualidades do índio, mas não demonstram isso. Tratam ele com desprezo. Mostra diversas qualidades do índio para revelar esse ódio.
assim, a abordadegm do poema é numa temática mais realista, porque demonstra que muitas pessoas odeiam os índios não só pelo fato de ocuparem terras, mas sim pelo jeito em que eles vivem! É um problema social da atualidade.
À primeira vista muito pessoas podem não compreender a crítica nas entrelinhas do texto e acreditar que o autor está querendo negar o índio, e pelo contrário, ele almeja é negativizar ou negar a postura “do branco” para com ele, e que ainda a sociedade atual define, mas foi uma situação hisoricamente construída pela acultaração dos portugrueses aos índios brasileiros.
Excelente poema!
Lutemos para que o indígena brasileiro tenha seu valor e seu respeito e que o povo brasileiro valide e conheça suas raízes!
I think this poem resonates with many people around the world.
I am not indigenous to the country that I live in but my bones are now dig deep within this country, my family have lived here now since 1841, many generations now, even though within my heart there still burns spirit for the country of my ancestors.
As a non indigenous person I have learnt many lessons from the “tangata whenua” – “the people of the land”, I think they too have learnt from us.
Some of the ways they have learnt have not been the best either, as we have made many mistakes but I think where I live there is a burning desire to improve on how we live together.