URGENTE! A mineradora Mineral do Brasil continua arrancando minério de forma ilegal em território Quilombola, em Brumadinho, MG
MAIS UMA NOTA PÚBLICA CLAMANDO POR JUSTIÇA.
Esta denúncia é feita desde janeiro de 2025, entretanto, a mineradora Mineral do Brasil continua a implementar uma pilha de rejeito e estéril – barragem – de minério na comunidade Quilombola Sanhudo, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, sob a “concessão” do Governo Zema. A mineradora além de destruir área que pertence ao Quilombo Sanhudo – local com fragmentos de Cerrado e Mata Atlântica – para implementar a pilha/barragem, carrega dia e noite caminhões de minério, como constatado no vídeo abaixo. Para agravar ainda mais a situação, a pilha/barragem está localizada a 400 metros da sede da Comunidade do Tejuco, povoado já brutalmente afetado pelo desastre/crime da mineradora Vale e pela empresa mineradora Tejucana, Ferraria e a própria Mineral do Brasil.
O Governo Zema fez reiteradas demonstrações que não respeita a lei. No distrito de Tejuco e na Comunidade Quilombola de Sanhudo, entrou com recurso no Poder Judiciário contra a decisão da Justiça Federal que suspendeu licença ambiental da SEMAD (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento) para uma mineradora, pois esta não tinha realizado a Consulta Prévia, Livre, Informada, Consentida e de Boa-fé ao Quilombo Sanhudo. A Convenção 169 da OIT da ONU, da qual o Brasil é signatário desde 2004, exige que a Consulta Prévia… seja feita antes do Licenciamento Ambiental aos Povos e Comunidades Tradicionais.
Como citado acima, já foram feitas denúncias à SEMAD sobre o caso da mineradora Mineral do Brasil, que também não fez Consulta Prévia, Livre e Informada ao Quilombo, como determina a lei. Ainda, mesmo com escandalosa e violenta implantação da pilha de estéril e rejeitos – barragem – localizada dentro da comunidade, não houve nenhum tipo de consulta aos moradores.
Em meio à Operação Rejeito, da Polícia Federal, que escancarou o sistema de corrupção entre empresas mineradoras e o governo Zema, demonstrando a existência de “organização criminosa” que tinha como “regra”: “pagou, licenciou!”, com propina de meio milhão de reais, com documento que articulava até o destombamento da Serra da Piedade, os órgãos públicos responsáveis pela defesa da ordem e do bem comum vão permitir que uma mineradora continue a destruir a comunidade quilombola de Sanhudo no Tejuco em Brumadinho, MG? Governo Zema está aliado às mineradoras, assim, mesmo com as graves denúncias de ilegalidades aos órgãos do Governo Estadual, a injustiça permanece.
Importante ressaltar que a Comunidade do Tejuco já perdeu o acesso a 32 nascentes de água, as quais abasteciam a comunidade. Mesmo com a degradação das mineradoras, algumas nascentes continuavam abastecendo o Tejuco, mas após o crime da mineradora VALE a partir de 2019, esta mineradora contaminou a distribuição de água causando mais um gravíssimo conflito. Infelizmente o Ministério Público de Minas Gerais (MP/MG), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPE), o Governo de MG e a Prefeitura Municipal de Brumadinho, em 2023, através de um termo de acordo (TAC ÁGUA), decidiram à portas fechadas, impor o sistema da COPASA para o abastecimento humano com águas captadas em outra região. Ou seja, ao longo dos anos, a Comunidade do Tejuco com Comunidade Quilombola Sanhudo é atingida brutalmente por diversas mineradoras e vive um constante agravamento da situação social e ambiental. Os órgãos públicos não podem mais ser omissos e cúmplices da devastação, mas precisam com urgência agir em defesa dos direitos desses povos. Basta de tanta injustiça!.
Parem a destruição do Quilombo Sanhudo e da Comunidade do Tejuco! A comunidade não pode ser sacrificada para mais avanço das mineradoras.
Assina esta Nota Pública
Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)
Belo Horizonte, 11 de outubro de 2025
Mineradora Mineral do Brasil continua arrancando minério de forma ilegal em Quilombo, Brumadinho/MG (Vídeo de 08/10/25)