Margarida Maria Alves, 41 anos de martírio: do sangue de Margarida, Margaridas. 12/08/1983
Dia 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários escravocratas das usinas de cana da Paraíba, um jagunço assassinou à queima roupa Margarida Maria Alves, a primeira mulher a se tornar presidenta de um Sindicato de Trabalhadores Rurais, o de Alagoa Grande, na Paraíba. Mulher corajosa e destemida, profundamente solidária com os camponeses e as camponesas. Margarida não arredou o pé da luta por direitos dos trabalhadores rurais. Diante das ameaças de morte, Margarida, de cabeça erguida e com língua afiada, sempre dizia: “Não fujo da luta. Prefiro morrer na luta do que morrer de fome.”
Há 41 anos, um episódio deixou profundas marcas na luta pela terra no Nordeste e no país: o assassinato da trabalhadora rural e sindicalista Margarida Maria Alves, na Paraíba, em 12 de agosto de 1983.
Margarida Alves foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB). Por sua defesa intransigente da vida e dos direitos, Margarida se transformou em símbolo de resistência contra a violência no campo e os desmandos das elites latifundiárias. Sua vida foi testemunho profético de luta pelos direitos e pela Reforma Agrária.
Margarida não foi sepultada, mas semeada na mãe terra e tornou-se milhões de Margaridas na luta, na Marcha das Margaridas, em Acampamentos, Ocupações, Assentamentos e em todas as lutas por direitos sociais pelo Brasil afora. A Usina Tanque, que violentava a dignidade dos trabalhadores, apodreceu e Margarida segue florindo e inspirando milhares de lutas. O Instituto Penha e Margarida (IPEME) e o Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais, de Alagoa Grande, na Paraíba, seguem na luta por direitos. Os violentos não sabiam que Margarida era semente.
12 de agosto, dia de recordarmos MARGARIDA ALVES, PADRE ALFREDINHO E IRMÃ REGINA MANOEL.
Na caminhada das comunidades cristãs que ligam fé e vida, 12 de agosto recorda a partida de dois grandes pastores que foram pioneiros na caminhada libertadora da fé. Em 1968, o padre Alfredo Kunz que todo mundo chamava de “Alfredinho”, veio da Bélgica para a diocese de Crateús no sertão do Ceará e quis se inserir no local mais pobre e abandonado do Nordeste brasileiro, no sertão do Ceará. Ele tinha sido prisioneiro de guerra dos nazistas e esteve esperando a morte em um campo de concentração, o mesmo no qual o frei Maximiliano Kolbe, hoje canonizado como santo, se ofereceu aos oficiais nazistas para morrer no lugar de um pai de família condenado à morte. Nos anos 1980, Alfredinho criou a Irmandade do Servo Sofredor que ajuda muitos irmãos e irmãs a viverem a espiritualidade profética a partir de uma vida pobre e em comunhão com os mais empobrecidos. No ano 2000, ele faleceu em Santo André, SP, onde viveu seus últimos anos em uma favela.
Nessa mesma mística, trabalhando desde jovem com as pessoas que vivem na rua, ontem partiu para Deus a querida irmã Regina Manoel, que, no centro de São Paulo, junto com outras irmãs consagradas na espiritualidade beneditina, viviam um caminho de convivência e comunhão com os sofredores e sofredoras da rua e criaram a Pastoral da Rua. Que o seu testemunho nos fortaleça nesse caminho da solidariedade amorosa.
Abraço terno. Frei Gilvander, dia 12/8/2024, 41 anos do martírio de Margarida Alves, mártir da luta pela terra.
Sugiro você assistir ao Documentário, abaixo: NOS CAMINHOS DE MARGARIDA.
Que bonito.👏🏽👏🏽 Semente que teima em fazer brotar a beleza da compaixão.